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Lusa Manteigas, Mons Herminius, Portugal
Descendente de Comínio, chefe tribal conhecido pelos relatos dos Romanos como Dux Latronorum. Durante a tentativa de invasão romana da Ibéria os resistentes serão comandados por Viriato (de viria, ou bracelete, a partir de 154 a.C.)

18 de outubro de 2011

A actualidade Europeia

"A Europa vive tempos conturbados, reflecte a ressaca de um tempo economicamente atónito. As palavras dos políticos revelam uma completa falta de noção do real, para eles importa apenas o estado das mercados e o que ditam os juízos das Agências de rating e não, das grandes falhas sistémicas.

Quanto mais se observa e estuda os problemas da nossa época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. Os problemas sistémicos, que estão interligados e assumem cada vez mais uma relação de interdependência não são auscultados pela ímpar solução política Europeia. Até ao momento não se encontraram soluções que provocassem ponte de ligação entre as verdadeiras diferenças socioeconómicas existentes e reivindicassem uma estável e visão de futuro para os Estados que se incluem e subscreveram a matriz Europeia. Entender a realidade sistémica significa, literalmente, colocá-la dentro de um contexto e estabelecer a natureza das suas relações.

É impreterível identificar de forma profunda as causas que despertaram a actual “crise” e perceber que as formalidades entre chefes de Estado e de Governos não se podem resumir a reuniões de números onde se somam as perdas e subtraem os ganhos especulativos provocados por falhas na transparência de informação económica de bancos, multinacionais e consequentemente se reflectem nos mercados de valores. A Europa estagnou na sua visão de unidade, a Europa congelou a sua estratégia de políticas comuns, a Europa abortou a sua regra de subsidiariedade. Passo a citar “O princípio da subsidiariedade é fundamental para o funcionamento da União Europeia (UE) e, mais precisamente, para a tomada de decisão a nível europeu. Permite, nomeadamente, determinar quando a UE é competente para legislar e contribui para que as decisões sejam tomadas o mais perto possível dos cidadãos. O princípio da subsidiariedade visa determinar o nível de intervenção mais pertinente nos domínios de competências partilhadas entre a UE e os Estados‑Membros. Pode ser uma acção a nível europeu, nacional ou local. Em todo o caso, a UE só pode intervir se estiver em condições de agir de forma mais eficaz do que os Estados-Membros.” Talvez por se incluir na Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) tem de se assumir em condições de cumprir este princípio: cumpra-o.

Em aprumada visão, de uma estratégia concertada, constata-se que o conseguido pela Comissão Europeia e agentes repreensores dos desequilíbrios economicamente detectados, ressalva-se a uma linha orientadora das dívidas dos países com maior défice. Não importa a forma como o vão conseguir levar avante e cumprir mas o conteúdo, a brusquidão e a força compulsiva que essas exigentes medidas vão provocar nos próximos anos. Escreveu e assinou-se o endividamento de valores consagradas pela ideia de Europa de outras eras, subscreveu-se a rotina do trabalhar honrado e pagador abusado, impôs-se que as diferenças sociais se extremem e ramifiquem em mais pobreza e menor apoio humano e logístico. Pretendia-se que a Europa fosse capaz de ajudar os países em incumprimento com medidas que aperfeiçoassem o seu sistema político e se desse provimento à celeridade dos processos jurídicos necessários, para o apurar dos verdadeiros responsáveis. Exigia-se que fossem discutidas medidas de maior equidade e justiça para os apoios sociais e que delas fizessem parte reformas estruturantes para o futuro. Exigia-se que se concretizasse uma uniforme alteração das regras de mercado e se capacitasse algo, tão nobre e ímpar como a Europa, com uma defesa potencialmente preventiva como uma Agência de rating Europeia e não, com a constante e assumida dependência das que existem actualmente ao sabor da vontade de especuladores, nocivas e tóxicas.

A Europa inscreve-se num círculo sem oportunidades, sem visão de futuro e parada no tempo a discutir a solução de problemas económicos que sabemos serem menores. Ou alguém já parou para pensar e perceber como é que a Alemanha e a França irão pagar a sua dívida externa? A única garantia motriz incapaz de o impedir será mesmo a percentagem de défice? Economicamente diz que o Estado gasta pouco mas globalmente reflecte, ainda assim, que a França e Alemanha são impotentes para travar o contágio que continuará nos próximos tempos, pois nem uma nem outra, vão conseguir reajustar créditos de ajuda aos restantes países em dificuldades. Ninguém tem interesse que a Grécia vá à falência apesar de a dívida grega ser de 160% do seu PIB. E por incrível que pareça, a verificar-se não será por causa do Euro mas pelos compromissos assumidos pela Comissão Europeia e os respectivos países em “crise” aquando, da venda de títulos de dívida em época de juros altos. É preciso relembrar que os especuladores querem fazer dinheiro fácil com esses juros que rondam os 20% a 10 anos e flutuam a cada abertura de mercado bolsista.

A Europa tem de se concentrar naquilo que é primordial e fundamental: bater com a porta a políticas de facilitismo outbound (exteriores). Como? Coragem e lucidez. Só haverá futuro para a Europa quando houver uma liderança Europeia interna coesa e forte. Ou todos fazem parte da decisão e convergem para uma matriz sólida e responsável ou, atrevo-me a dizer, a Europa tem os dias contados.

É nestes momentos que os amigos e companheiros europeus que subscreveram Tratados comuns de políticas sociais, culturais, económicas, políticas comunitárias e chancelaram uma Constituição, têm de ser ouvidos. Ou vamos continuar a ouvir aqueles que dizem ser nossos aliados e parceiros estratégicos numa Economia Mundial falida?"

Eadem mutata resurgo*

A IV de III de MMIX invoca-se o ancestral ícone que fez da guerrilha a sua forma de luta e a expressão última de defesa do seu território e das suas gentes. Pela primeira vez na história tribos lusitanas uniram-se sob a liderança de um homem que era respeitado pela sua coragem, pela sua destreza e pelo seu espírito guerreiro.

Viriato, que fora caçador e apascentara rebanhos na zona de MONS HERMINIUS (actual Serra da Estrela), marcou a História Ibérica e Romana deixando há cerca de dois mil e cem anos na Hispânia a herança de vincados valores como o sentimento de Independência, de Território, de Pátria, de Sacrifício e Liberdade.

Hoje outro tempo, necessidades variáveis, adulteração de prioridades e gentes que não são “as gentes”. Os valores e os sentimentos evocados há dois milénios mantiveram uma constância da sua ideia, perpetuaram no tempo as suas reinvenções e as suas causas (por vezes desvirtuadas) enquanto as memórias e a vontade de fazer mais e melhor representam, actualmente, a nossa melhor arma para combater o comodismo, a apatia e arrancar ao tempo a voracidade que este nos inflige no dia a dia.

Este blog tem a sua identidade enquanto espaço de conversa público ou salão Maior de Debate, de Ágora ou reservados Claustros. Ele próprio, pela sua natura empreenderá o seu ritmo e fará do tempo o momento em que a comunidade ou grupo daqueles que pretenderem participar, convergem em debates e ideias para defender pontos de vista e trilhar novas montanhas de novidade e conhecimento.

A liberdade do Verbo será privilegiada e concedida sempre que se cumpram as regras da boa educação e se respeite a diferença. Não pactuarei com ofensas nem muito menos com fraudes mentais. Quem entender participar terá de perceber que é detentor de uma responsabilidade e que será essa responsabilidade a evocar a sua sanidade mental.

Aqui serão abordados assuntos variados do nosso País mas em especial DE e SOBRE a Vila de Manteigas.

Não pretendo substituir os blogs Institucionais já existentes com o fim explícito e implícito de promover o Concelho nem muito menos os criados a título particular ou com eles fazer concorrência. Tal como cada um, darei um pouco da minha personalidade, do meu tempo, das minhas ideias e das minhas expectativas e como é óbvio dar a conhecer descobrindo na última fronteira da comunicação MUNDIAL (internet) o pacto de falar através do tempo.

Aprender a falar do nosso tempo no nosso tempo enquanto Homens é o desafio. Deixarei que este espaço seja também o confronto sem se assumir como o conflito; a liberdade sem se assumir a anarquia; a razão do que pensamos e como o pensamos e não a forma como atacamos e desvalorizamos o intelecto ou a pessoa.

Crescer é feito de simples particularidades: saber o mais possível no menor tempo impossível… será por isso que o saber não ocupando lugar promove a nossa ignorância proporcionalmente?

A todos os que pretenderem participar, deixar um testemunho ou apreciar como passeio internauta desde já BEM VINDO por ter descoberto o blog e um sincero BEM HAJA por ter passado e/ou participado.

*Embora mudado ressurjo