PRISMA

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Lusa Manteigas, Mons Herminius, Portugal
Descendente de Comínio, chefe tribal conhecido pelos relatos dos Romanos como Dux Latronorum. Durante a tentativa de invasão romana da Ibéria os resistentes serão comandados por Viriato (de viria, ou bracelete, a partir de 154 a.C.)

25 de novembro de 2011

O erro Europeu

Portugal entrou na Europa em 1985 e assinou um compromisso com vigência para os tempos futuros. Um compromisso honra-se cumprindo, mantém-se respeitando e finda quando ambas as partes não vêm nada de promissor na unidade da sua relação. Propositadamente escrevo “unidade” e não “união” porque na minha opinião não existe escrita nenhuma em papel algum, carimbada ou assinada, que consiga diluir a utopia que os actuais políticos construíram em torno da ideia de Europa. Os objectivos actuais são concretos, claros e obstinam sobre uma certa visão de “faz o que eu digo e não faças o que eu faço”. Lamentavelmente criaram forma de negociar connosco as propostas de uma Política Agrícola Comum, criticada na altura no nosso círculo político e a qual, muitos agricultores combateram nas ruas. Abafou-se na opinião pública com a entrega de “rebuçados” em forma de subsídios para congelar as lavouras de norte a sul do nosso país. A nossa mão-de-obra estava concentrada nas terras e as zonas rurais tinham muita população. Sabiam a arte dos campos, da sementeira e da colheita. Sabia-se que o alimento era fruto do trabalho, que a riqueza se conseguia com esforço e que o reconhecimento e respeito, residia na honra da palavra e no cumprimento das obrigações. Havia respeito: aquele que hoje a Europa, perdão, Alemanha e França não reconhecem a nenhum país do Sul deste continente. A cada dia que passa fica visível a liderança de uma Europa que tende a “desunificar-se” porque não há futuro para ninguém quando 2 Estados Membros falam e 25 outros se calam. Apesar de o euro ser integrante da economia de alguns países não retira nem aumenta, a autoridade e legitimidade que se consagra pela sua integração na Comissão Europeia. Percebe-se que cada um está por si, e a Grécia deu sinais disso recentemente com a proposta de um referendo, levando-nos a pensar que todos os erros de política nasceram em Bruxelas e que temos de procurar uma forma de legitimar espaço para renegociação desses erros que nos foram impostos.

Lamento que na Grécia não tenha ido avante com o referendo, apesar das consequências nefastas que daí poderiam resultar mas a partir desse momento, a Europa para as Agências de rating seria “lixo” para um qualquer investimento. Abria-se uma fenda profunda nas relações entre alguns países da União Europeia porque afinal, qualquer um poderia pôr em causa um acordo “troikano” com sérios riscos de ser nulo. Mas isso não seria um mal maior porque infelizmente é já um mal incontornável. O Sul da Europa está asfixiado e sem excepção vai encalhar nos próximos anos num mar de pagamento de juros e dívidas. Não somos menos europeus e menos honrados por esse mundo fora quando recebemos de mão beijada subsídios que nos calaram e acomodaram durante anos. Somente falhámos onde outros tiveram sucesso: na coragem de dizer NÂO a subsídios que nos bloqueavam a produção. E o erro da Europa foi “patrocinar” a NÃO produção. Imaginem um patrão dizer ao empregado: “Tens capacidades óptimas e competências para ser o melhor mas prefiro compensar-te com um subsídio superior ao teu ordenado, para manteres as tuas capacidades e competências e nada produzires. Ter-te a produzir riqueza para a minha empresa obrigava-me a dispensar outros empregados, apesar mesmo de poupar muito mais com essa medida”. Claro que o que se nos depara no dia-a-dia é o oposto mas quando nos foram concedidos uns subsídios para adormecer a nossa agricultura, outros estavam a ser dados e promessas políticas a ser feitas sem peso e medida: tudo era possível.

Economias com agricultura estagnada e sem subsídios não funcionam. Nenhum país com as condições climatéricas e solos como o nosso, se pode dar ao luxo de receber dinheiro quando nas planícies, montes, serras e costa marítima, temos aquilo que ninguém pode pagar: autonomia.

Para termos problemas resolvidos a longo prazo necessitamos de soluções de curto prazo com consequências de longo prazo e desta forma, a solução passa por renegociar as quotas do leite, dos cereais, da fruta, do gado ovino e caprino, da pesca… no fundo, reestruturar a nossa agricultura, as pescas e a pecuária na mesa das negociações de Bruxelas. Depois sim, produzir aquilo que é nosso em quantidade com qualidade e pagar as dívidas.

Afinal o que ganhou a Europa com o nosso sector primário parado estes anos todos? Nada. Afinal o que ganharam alguns países do norte da Europa com o nosso sector primário parado todos estes anos? Uns euros (não terão sido uns milhares de milhões?). Afinal o que se ganha com o nosso sector primário parado? Resposta: DÍVIDAS.

Eadem mutata resurgo*

A IV de III de MMIX invoca-se o ancestral ícone que fez da guerrilha a sua forma de luta e a expressão última de defesa do seu território e das suas gentes. Pela primeira vez na história tribos lusitanas uniram-se sob a liderança de um homem que era respeitado pela sua coragem, pela sua destreza e pelo seu espírito guerreiro.

Viriato, que fora caçador e apascentara rebanhos na zona de MONS HERMINIUS (actual Serra da Estrela), marcou a História Ibérica e Romana deixando há cerca de dois mil e cem anos na Hispânia a herança de vincados valores como o sentimento de Independência, de Território, de Pátria, de Sacrifício e Liberdade.

Hoje outro tempo, necessidades variáveis, adulteração de prioridades e gentes que não são “as gentes”. Os valores e os sentimentos evocados há dois milénios mantiveram uma constância da sua ideia, perpetuaram no tempo as suas reinvenções e as suas causas (por vezes desvirtuadas) enquanto as memórias e a vontade de fazer mais e melhor representam, actualmente, a nossa melhor arma para combater o comodismo, a apatia e arrancar ao tempo a voracidade que este nos inflige no dia a dia.

Este blog tem a sua identidade enquanto espaço de conversa público ou salão Maior de Debate, de Ágora ou reservados Claustros. Ele próprio, pela sua natura empreenderá o seu ritmo e fará do tempo o momento em que a comunidade ou grupo daqueles que pretenderem participar, convergem em debates e ideias para defender pontos de vista e trilhar novas montanhas de novidade e conhecimento.

A liberdade do Verbo será privilegiada e concedida sempre que se cumpram as regras da boa educação e se respeite a diferença. Não pactuarei com ofensas nem muito menos com fraudes mentais. Quem entender participar terá de perceber que é detentor de uma responsabilidade e que será essa responsabilidade a evocar a sua sanidade mental.

Aqui serão abordados assuntos variados do nosso País mas em especial DE e SOBRE a Vila de Manteigas.

Não pretendo substituir os blogs Institucionais já existentes com o fim explícito e implícito de promover o Concelho nem muito menos os criados a título particular ou com eles fazer concorrência. Tal como cada um, darei um pouco da minha personalidade, do meu tempo, das minhas ideias e das minhas expectativas e como é óbvio dar a conhecer descobrindo na última fronteira da comunicação MUNDIAL (internet) o pacto de falar através do tempo.

Aprender a falar do nosso tempo no nosso tempo enquanto Homens é o desafio. Deixarei que este espaço seja também o confronto sem se assumir como o conflito; a liberdade sem se assumir a anarquia; a razão do que pensamos e como o pensamos e não a forma como atacamos e desvalorizamos o intelecto ou a pessoa.

Crescer é feito de simples particularidades: saber o mais possível no menor tempo impossível… será por isso que o saber não ocupando lugar promove a nossa ignorância proporcionalmente?

A todos os que pretenderem participar, deixar um testemunho ou apreciar como passeio internauta desde já BEM VINDO por ter descoberto o blog e um sincero BEM HAJA por ter passado e/ou participado.

*Embora mudado ressurjo