Para salvar a economia mundial, o G20 acorda em injectar 1100 mil milhões de dólares (832 mil milhões de euros) no FMI e noutras instituições internacionais e em reforçar a regulação dos mercados financeiros
O acordo foi bem acolhido pela UE, que liderou os esforços para pôr cobro às práticas bancárias irregulares na origem da crise financeira.
Fazendo eco das propostas da UE, os líderes do G20 anunciaram medidas para garantir maior transparência e protecção contra as ameaças ao sistema e a assunção de riscos excessivos. As novas medidas incluem regras sobre a remuneração e os prémios para os banqueiros, questão que tem suscitado a indignação pública, e o fim dos paraísos fiscais que não partilhem informações financeiras.
A cimeira de Londres é o segundo passo dos esforços do G20 para lutar contra a crise financeira global, a maior recessão verificada desde 1930. A cimeira anterior do G20 teve lugar em Washington, em Novembro passado.
Para ajudar os países com mais dificuldades, os líderes decidiram atribuir 500 mil milhões de dólares (370 mil milhões de euros) de novos fundos ao FMI, cujos recursos passam assim a ascender a 750 mil milhões de dólares (556 mil milhões de euros). A contribuição da UE para esta iniciativa é de 75 mil milhões de euros. Os líderes do G20 concordaram também em aumentar para 250 mil milhões de dólares (185 mil milhões de euros) a facilidade de descoberto do FMI para os países membros em graves dificuldades. Enquanto instituição de crédito de último recurso, o FMI pediu este balão de oxigénio após ter ajudado recentemente mais de uma dezena de países.
Mais 100 mil milhões de dólares (74 mil milhões de euros) para financiar o desenvolvimento, serão disponibilizados através dos bancos criados pelos países doadores estando previstos 250 mil milhões de dólares (185 mil milhões de euros) para reactivar o comércio.
Estas medidas são complementares à injecção de dinheiro pelos governos e bancos centrais de todo o mundo na economia mundial. Os líderes declararam que o estímulo deveria ascender a 5 biliões de dólares (3,7 biliões de euros), o montante mais elevado de sempre, mostrando-se confiantes em que permitirá criar milhões de postos de trabalho em todo o mundo.
O G20 também incumbiu a Organização Mundial do Comércio de declarar e denunciar o proteccionismo. Comprometeu-se a concluir rapidamente as negociações comerciais de Doha, que poderiam estimular a economia mundial em 150 mil milhões de dólares.
Em conformidade com as recomendações da UE, o plano do G20 confere às instituições financeiras internacionais um papel reforçado na supervisão dos riscos económicos e dá maior voz, nestas instituições, às economias em desenvolvimento e emergentes.
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