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Lusa Manteigas, Mons Herminius, Portugal
Descendente de Comínio, chefe tribal conhecido pelos relatos dos Romanos como Dux Latronorum. Durante a tentativa de invasão romana da Ibéria os resistentes serão comandados por Viriato (de viria, ou bracelete, a partir de 154 a.C.)

23 de abril de 2009

25 de Abril - Parte I


O atraso Económico e a Emigração


Embora o Governo procure dinamizar a economia portuguesa, sobretudo com a aplicação dos Planos de Fomento (o primeiro será posto em prática entre 1953 e 1958), o nosso país permanece mergulhado num profundo atraso relativamente aos países da Europa ocidental.

PIB per capita, 1958-73

Portugal continua a evidenciar, ao longo das décadas de 50 e 60, uma economia e sociedade profundamente ruralizadas, em que a pobreza e o analfabetismo reinam sem oposição.

Para muitos, o abandono da terra natal, rumo às cidades do litoral, nomeadamente Lisboa e Porto, ou dos países industrializados da Europa, constitui a única fuga possível à miséria.

A ausência de uma política industrializadora eficaz, associada à permanência de técnicas arcaicas na agricultura (em 1945, metade da população activa trabalha no sector primário), transformam Portugal no parente pobre da Europa ocidental, sobretudo quando comparado com os países que integram a CECA e, posteriormente, a CEE, a partir de 1957.

Casamento numa aldeia nortenha, 1967

A estrutura da propriedade agrícola evidencia os problemas do sector: se no norte e centro litoral impera o minifúndio, impeditivo da modernização agrícola, pela falta de capitais e visão estratégica dos pequenos proprietários, a vasta região alentejana é dominada pelo latifúndio, cultivado por largas massas de assalariados rurais que trabalham para proprietários absentistas e que apenas vivem dos rendimentos.

A transformação do Alentejo no «celeiro de Portugal» contribuiria para o esgotamento dos solos e para a desertificação populacional, causada pela migração massiva para a cintura industrial de Lisboa, em crescimento.

Em termos de políticas sociais, o Estado Novo continuava a ser, sobretudo, «paternalista», não promovendo uma Segurança Social eficaz que, apenas no consulado de Marcelo Caetano veria serem concretizadas reformas de fundo, preferindo dinamizar projectos isolados de solidariedade.

O fraco crescimento económico, gerador de pobreza e mesmo miséria afectava, sobretudo, as populações rurais, dando origem a um excepcional movimento migratório, quer para os principais centros urbanos portugueses, quer para o estrangeiro.

Este surto migratório teria consequências evidentes no decréscimo da população nas regiões do interior, associado ao efectivo envelhecimento populacional.

Foi nos anos 60 que as periferias de Lisboa e Porto cresceram rápida e desordenadamente, dando origem ao nascimento de verdadeiras cidades-satélite, cuja planificação não acompanha o ritmo das chegadas de novos residentes.

O maior sorvedouro da população rural portuguesa seria, porém, a emigração para os países desenvolvidos. O desnível dos salários entre Portugal e os países industrializados da Europa era enorme, exercendo uma enorme atracção sobre os portugueses de menores recursos.

Portugal, graças à vaga emigratória, acaba por viver uma insólita «integração europeia», indo os seus emigrantes constituir uma importante reserva de mão-de-obra barata na indústria e construção civil, no caso dos homens, ou nas tarefas domésticas, no caso das mulheres.

O destino principal era a França onde, em 1969, viviam já cerca de 800 mil portugueses. A comunidade portuguesa instalava-se nos subúrbios das grandes cidades, em autênticos bairros de lata, «bidonvilles», ou até mesmo junto às obras onde trabalhava.

O aumento do fluxo migratório ao longo da década de 60 coincidiu com a diminuição das partidas para o continente americano ou para as Províncias Ultramarinas e com o enorme aumento para a França e a Alemanha Ocidental, grandes pólos de desenvolvimento industrial, receptivos à imigração.









Em consequência deste excepcional fluxo migratório, a população portuguesa estagnou, diminuindo a sua taxa de crescimento natural ao longo das décadas de 60 e 70. Incluindo a emigração clandestina, calcula-se que, entre 1956 e 1974, tenham emigrado cerca de 1 milhão e 600 mil pessoas.

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Eadem mutata resurgo*

A IV de III de MMIX invoca-se o ancestral ícone que fez da guerrilha a sua forma de luta e a expressão última de defesa do seu território e das suas gentes. Pela primeira vez na história tribos lusitanas uniram-se sob a liderança de um homem que era respeitado pela sua coragem, pela sua destreza e pelo seu espírito guerreiro.

Viriato, que fora caçador e apascentara rebanhos na zona de MONS HERMINIUS (actual Serra da Estrela), marcou a História Ibérica e Romana deixando há cerca de dois mil e cem anos na Hispânia a herança de vincados valores como o sentimento de Independência, de Território, de Pátria, de Sacrifício e Liberdade.

Hoje outro tempo, necessidades variáveis, adulteração de prioridades e gentes que não são “as gentes”. Os valores e os sentimentos evocados há dois milénios mantiveram uma constância da sua ideia, perpetuaram no tempo as suas reinvenções e as suas causas (por vezes desvirtuadas) enquanto as memórias e a vontade de fazer mais e melhor representam, actualmente, a nossa melhor arma para combater o comodismo, a apatia e arrancar ao tempo a voracidade que este nos inflige no dia a dia.

Este blog tem a sua identidade enquanto espaço de conversa público ou salão Maior de Debate, de Ágora ou reservados Claustros. Ele próprio, pela sua natura empreenderá o seu ritmo e fará do tempo o momento em que a comunidade ou grupo daqueles que pretenderem participar, convergem em debates e ideias para defender pontos de vista e trilhar novas montanhas de novidade e conhecimento.

A liberdade do Verbo será privilegiada e concedida sempre que se cumpram as regras da boa educação e se respeite a diferença. Não pactuarei com ofensas nem muito menos com fraudes mentais. Quem entender participar terá de perceber que é detentor de uma responsabilidade e que será essa responsabilidade a evocar a sua sanidade mental.

Aqui serão abordados assuntos variados do nosso País mas em especial DE e SOBRE a Vila de Manteigas.

Não pretendo substituir os blogs Institucionais já existentes com o fim explícito e implícito de promover o Concelho nem muito menos os criados a título particular ou com eles fazer concorrência. Tal como cada um, darei um pouco da minha personalidade, do meu tempo, das minhas ideias e das minhas expectativas e como é óbvio dar a conhecer descobrindo na última fronteira da comunicação MUNDIAL (internet) o pacto de falar através do tempo.

Aprender a falar do nosso tempo no nosso tempo enquanto Homens é o desafio. Deixarei que este espaço seja também o confronto sem se assumir como o conflito; a liberdade sem se assumir a anarquia; a razão do que pensamos e como o pensamos e não a forma como atacamos e desvalorizamos o intelecto ou a pessoa.

Crescer é feito de simples particularidades: saber o mais possível no menor tempo impossível… será por isso que o saber não ocupando lugar promove a nossa ignorância proporcionalmente?

A todos os que pretenderem participar, deixar um testemunho ou apreciar como passeio internauta desde já BEM VINDO por ter descoberto o blog e um sincero BEM HAJA por ter passado e/ou participado.

*Embora mudado ressurjo